As escolhas são uma constante em nossas vidas, diariamente estamos realizando escolhas e quanto mais independentes e autônomos somos, mais escolhas temos que fazer.
Na infância temos os nossos pais atuando, na maioria das vezes, como nossos heróis, detentores da autoridade máxima por nossas vidas e portadores do poder de escolha sobre o que devemos fazer, quando e como. A medida em que vamos crescendo e amadurecendo à responsabilidade pelas nossas escolhas é transferida, gradativamente, para nós. Assim imaginamos que seria no mundo ideal.
A verdade é que nem todos nós, na fase das nossas vidas onde construímos a nossa base estrutural, tivemos pessoas que nos ajudassem a construir os alicerces, pilares que nos sustentam ao longo de nossa jornada. Dificilmente nos é ensinado como fazer escolhas, como refletir sobre as opções que se apresentam e os possíveis impactos que uma decisão pode desencadear.
A fórmula mágica para fazer escolhas certas não existe, parto do princípio de que não existem escolhas certas, existem melhores escolhas a se fazer. Uma escolha errada pode nos levar a aprendizados que a escolha certa nunca proporcionaria. Mas é claro que, antes de compreendermos os aprendizados, provavelmente sentiremos algumas dores.
A experiência e prática é o melhor exercício para aprendermos a fazer as melhores escolhas para as nossas vidas, tendo clareza de que existe uma relatividade entre o que é melhor para mim ou para você. É nesse aspecto que entra um elemento muito importante, o autoconhecimento.
Conhecer a si mesmo e aos mecanismos particulares das engrenagens que nos move é extremamente importante para compreendermos o que está por trás das nossas motivações e impulsos. Muitas das forças que nos impulsionam nas escolhas que fazemos são inconscientes para a maioria de nós, estão conectadas com crenças, interesses, sentimentos, memórias e só nos conhecendo conseguimos ter clareza para perceber as sutis manifestações do nosso ser.
Acredito que tendemos por natureza, quando não temos clareza do que nos move, a sentir algum nível de arrependimento por muitas das nossas escolhas, aquela pergunta que muitas vezes lateja em nossa cabeça “E se…?”, o fato é que não temos como voltar no tempo para mudar de escolha e descobrir a resposta para essa pergunta, mas nem por isso precisamos carregar o fardo do arrependimento.
A aceitação do que é, como é e a compreensão dos aprendizados trazidos através das nossas experiências, nos ajuda a liberar a angústia pelo que poderíamos ter vivido, pelos erros que não teríamos cometido. Faremos escolhas que mais a frente reconheceremos como um erro, mas é através dessas que aprenderemos a fazer melhores escolhas.
O livre arbítrio é nosso, mas ainda temos muito o que aprender sobre como usar esse poder para beneficiar a nós e aos outros. O caminho se faz caminhando, as melhores escolhas são feitas escolhendo, e errar faz parte do processo.
Continue caminhando e aprendendo.
Abraço, até breve!
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